domingo, 28 de dezembro de 2008
O que é o amor ? ...
( Isto me traz à mente um símbolo que exprime uma quantidade que não existe ... mas deixa pra lá ... mesmo se eu explicasse ninguém entenderia ... nem eu ... )
Leif Erikson
Should be held with kids gloves
But she doesn't know
That I left my urge in the icebox.
( Interpol )
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Pensar é começar a ser minado ( Albert Camus ) ...
Viver é esquecer que se é humano. Viver é colocar uma etiqueta de preço na alma e colocá-la numa vitrine ... e a custa de enganos, inadvertidamente caminhar rumo à morte ...
( eu por eu mesmo )
A Miséria do Divertimento ...
( Blaise Pascal, em "Pensamentos" )
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
domingo, 21 de dezembro de 2008
O pessimista deve inventar a cada dia novas razões de existir: é uma vítima do “sentido” da vida. (Cioran)
Se o mundo inteiro
Me pudesse ouvir
Tenho muito prá contar
Dizer que aprendi...
E na vida a gente
Tem que entender
Que um nasce prá sofrer
Enquanto o outro ri..
Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver...
Ver na vida algum motivo
Prá sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...
Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar
Razão para viver...
Ver na vida algum motivo
Prá sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...
( Azul da Cor do Mar - Tim Maia )
sábado, 20 de dezembro de 2008
Uma outra vida ...
Respondi-lhe que naturalmente, mas que isso era tão importante quanto desejar ser rico, nadar muito de pressa ou ter uma boca mais bem feita. Era da mesma ordem. Mas ele me deteve e quis saber como eu imaginava essa outra vida. Então gritei:
— Uma vida na qual me pudesse lembrar desta vida.
( Albert Camus - O estrangeiro )
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Graças a que engano dois olhos nos apartam de nossa solidão? ...
( Emil Cioran )
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
A árvore da vida ...
( Emil Cioran )
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
A mais vã das procuras ...
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Problemas com números ...
( eu por eu mesmo - pra quem não entendeu, um abraço ...)
sábado, 6 de dezembro de 2008
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
O eterno estar no bifurcar dos caminhos!...
( Fernando Pessoa )
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Ah! ...Onde tudo isso começou ? ...
( Emil Cioran )
sábado, 29 de novembro de 2008
A medida do Sofrimento.
( Emil Cioran )
Vida : Travessia de lugar algum pra lugar nenhum ...
Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito, hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha, e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho prá falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedras, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
( Travessia - Milton Nascimento )
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Reflexões a respeito do capitalismo ...
( eu por eu mesmo )
domingo, 23 de novembro de 2008
Com as asas cortadas em pleno vôo ...
( Emil Cioran )
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Não sou nada ... Se fosse algo seria pior do que sou ...
(Limite Branco, C.F.A)
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
O engano das intenções ...
( eu por eu mesmo )
Sofrer vai ser a minha última obra ...
Não me toquem nessa dor;
Ela é tudo o que me sobra.
Sofrer vai ser a minha última obra."
( Paulo Leminski )
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Vestibular pra Filosofia ...
( eu por eu mesmo - ouvindo Talking Bird)
domingo, 9 de novembro de 2008
Coisas que ficaram muito tempo por dizer ...
Coisas que a gente se esquece de dizer
Frases que o vento vem as vezes me lembrar
Coisas que ficaram muito tempo por dizer
Na canção do vento não se cansam de voar
...
( O Trem Azul, Lô Borges )
sábado, 8 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Tentar dizer o que se sente ...
No papel estou crucificado
Com os pregos das palavras.»
( Majakovskij )
O pessimista e o otimista ...
O otimista deseja que tudo termine da melhor forma possivel.
( eu por eu mesmo )
domingo, 2 de novembro de 2008
Constatação ...
( eu por eu mesmo ouvindo Nude do Radiohead e trabalhando ... )
sábado, 1 de novembro de 2008
A Vida Raramente depende da Iniciativa dos Homens ...
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
O drama de viver ...
... a morte, angústia de quem vive
... a solidão, fim de quem ama
...
( Vinícius de Moraes )
domingo, 26 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
[ Não ] Conheça a ti mesmo ...
( Emil Cioran )
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
3 Pontos ...
Não reclame antes da hora ...
( coisas da vida )
Para a Sra C.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
Somos todos iguais ?
Se Ele é justo como tantos dizem, esta é uma deslavada mentira ... Ou então Ele não é tão justo assim ...
( eu por eu mesmo )
sábado, 18 de outubro de 2008
Perguntas sem resposta ...
( Cioran, eu e a vida )
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Não está na nossa mão o não amar, nem também o amar ...
É propriedade do amor o ser violento; e é propriedade da violência o não durar. O amor acaba-se em nós, não por nossa vontade, mas porque tem por natureza o acabar. E ainda que tudo há-de acabar connosco, nem tudo espera por nós. Quando amamos, é por força, porque a formosura que nos inclina, nos vence. E também é por força quando não amamos; porque uma vez rotos os laços, ficamos de tal sorte livres, que ainda que queiramos, não podemos tornar a eles. E assim não está na nossa mão o não amar, nem também o amar. O coração por si mesmo se acende, e entibia. Nós não o podemos inflamar, nem extinguir-lhe o ardor.
( Matias Aires, em 'Reflexões Sobre a Vaidade dos Homens e Carta Sobre a Fortuna' )
domingo, 12 de outubro de 2008
Paradoxo do engano ...
( eu por eu mesmo )
terça-feira, 7 de outubro de 2008
A História da Humanidade em Apenas Três Palavras ...
( Somerset Maugham, em 'A Servidão Humana' )
domingo, 5 de outubro de 2008
sábado, 4 de outubro de 2008
Receita contra a infelicidade ...
Antes que você pergunte : Infelizmente não existe receita para a felicidade.
( eu por eu mesmo )
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
terça-feira, 30 de setembro de 2008
Tudo cansa ...
[ eu (muito cansado ) por eu mesmo ( também cansado) ]
sábado, 27 de setembro de 2008
Nunca Nos Separamos do Primeiro Amor ...
( Marguerite Duras )
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Feliz daquele que pode dizer: “Tenho o saber triste.”
O dia é hostil aos pensamentos, o sol os obscurece; só florescem em plena noite... Conclusão do saber noturno: quem chega a uma conclusão tranqüilizadora sobre o que quer que seja dá provas de imbecilidade ou de falsa caridade. Quem achou algum dia uma só verdade alegre que fosse válida? Quem salvou a honra do intelecto com propósitos diurnos? Feliz daquele que pode dizer: “Tenho o saber triste.”
(Emil Cioran - Breviário de Decomposição)
I’m not looking for sweet talk ...
Cause it hurts sometimes ...
( The Killers - Sweet Talk )
Versos Íntimos ...
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
( Augusto dos Anjos )
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
A Soma e Substância de Toda a Filosofia ...
( Soren Kierkegaard )
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Todos os seres são infelizes ... Mas quantos o sabem ?
( Emil Cioran em Breviário de Decomposição )
domingo, 21 de setembro de 2008
Lembrar é sinal que se esqueceu ...
O Bosque das Ilusões Perdidas ...
( Alain Fournier )
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
O Solitário ...
(...) O que de melhor ocorre aos homens é o que lhes ocorre quando estão sozinhos, aquilo que não se atrevem a confessar, não já ao próximo mas nem sequer, muitas vezes, a si mesmos, aquilo de que fogem, aquilo que encerram em si quando estão em puro pensamento e antes de que possa florescer em palavras. E o solitário costuma atrever-se a expressá-lo, a deixar que isso floresça, e assim acaba por dizer o que todos pensam quando estão sozinhos, sem que ninguém se atreva a publicá-lo. O solitário pensa tudo em voz alta, e surpreende os outros dizendo-lhes o que eles pensam em voz baixa, enquanto querem enganar-se uns aos outros, pretendendo acreditar que pensam outra coisa, e sem conseguir que alguém acredite.
( Miguel de Unamuno em 'Solidão' )
domingo, 14 de setembro de 2008
Sentir é estar distraido ...
Mas não fui amado.
Não fui amado pela unica grande razão -Porque não tinha que ser.
Consolei-me voltando ao sol e a chuva,
E sentando-me outra vez à porta de casa.
Os campos, afinal, não são tão verdes para os que são amados
Como para os que o não são.
Sentir é estar distraido.
( Alberto Caeiro, 7-11-1915 em O Guardador de Rebanhos )
Não existe destino que não se transcenda pelo desprezo ...
Os deuses tinham condenado Sísifo a rolar um rochedo incessantemente até o cimo de uma montanha, de onde a pedra caía de novo por seu próprio peso. Eles tinham pensado, com as suas razões, que não existe punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança.
Se acreditarmos em Homero, Sísifo era o mais sábio e mais prudente dos mortais. Segundo uma outra tradição, porém, ele tinha queda para o ofício de salteador. Não vejo aí contradição. Diferem as opiniões sobre os motivos que lhe valeram ser o trabalhador inútil dos infernos. Reprovam-lhe, antes de tudo, certa leviandade para com os deuses. Espalhou os segredos deles. Egina, filha de Asopo, foi raptada por Júpiter. O pai, abalado por esse desaparecimento, se queixou a Sísifo. Este, que tomara conhecimento do rapto, ofereceu a Asopo orientá-lo a respeito, com a condição de que fornecesse água à cidadela de Corinto. Às cóleras celestes ele preferiu a bênção da água. Foi punido por isso nós infernos. Homero nos conta ainda que Sísifo acorrentara a Morte. Plutão não pôde tolerar o espetáculo de seu império deserto e silencioso. Despachou o deus da guerra, que libertou a Morte das mãos de seu vencedor.
Diz-se também que Sísifo, estando prestes a morrer, imprudentemente quis pôr à prova o amor de sua mulher. Ele lhe ordenou jogar o seu corpo insepulto em plena praça pública. Sísifo se recobrou nos infernos. Ali, exasperado com uma obediência tão contrária ao amor humano, obteve de Plutão o consentimento para voltar à terra e castigar a mulher. Mas, quando ele de novo pôde rever a face deste mundo, provar a água e o sol, as pedras aquecidas e o mar, não quis mais retornar à escuridão infernal. Os chamamentos, as iras, as advertências de nada adiantaram. Ainda por muitos anos ele viveu diante da curva do golfo, do mar arrebentando e dos sorrisos da terra. Foi necessária uma sentença dos deuses. Mercúrio veio apanhar o atrevido pelo pescoço e, arrancando-o de suas alegrias, reconduziu-o à força aos infernos, onde seu rochedo estava preparado.
Já deu para compreender que Sísifo é o herói absurdo. Ele o é tanto por suas paixões como por seu tormento. O desprezo pelos deuses, o ódio à Morte e a paixão pela vida lhe valeram esse suplício indescritível em que todo o ser se ocupa em não completar nada. É o preço a pagar pelas paixões deste mundo. Nada nos foi dito sobre Sísifo nos infernos. Os mitos são feitos para que a imaginação os anime. Neste caso, vê-se apenas todo o esforço de um corpo estirado para levantar a pedra enorme, rolá-la e fazê-la subir uma encosta, tarefa cem vezes recomeçada. Vê-se o rosto crispado, a face colada à pedra, o socorro de uma espádua que recebe a massa recoberta de barro, e de um pé que a escora, a repetição na base do braço, a segurança toda humana de duas mãos cheias de terra. Ao final desse esforço imenso medido pelo espaço sem céu e pelo tempo sem profundidade, o objetivo é atingido. Sísifo; então, vê a pedra desabar em alguns instantes para esse mundo inferior de onde será preciso reerguê-la até os cimos. E desce de novo para a planície.
É durante esse retorno, essa pausa, que Sísifo me interessa. Um rosto que pena, assim tão perto das pedras, é já ele próprio pedra! Vejo esse homem redescer, com o passo pesado, mas igual, para o tormento cujo fim não conhecerá. Essa hora que é como uma respiração e que ressurge tão certamente quanto sua infelicidade, essa hora é aquela da consciência. A cada um desses momentos, em que ele deixa os cimos e se afunda pouco a pouco no covil dos deuses, ele é superior ao seu destino. É mais forte que seu rochedo.
Se esse mito é trágico, é que seu herói é consciente. Onde estaria, de fato, a sua pena, se a cada passo 0 sustentasse a esperança de ser bem-sucedido? O operário de hoje trabalha todos os dias de sua vida nas mesmas tarefas e esse destino não é menos absurdo. Mas ele só é trágico nos raros momentos em que se torna consciente. Sísifo, proletário dos deuses, impotente e revoltado, conhece toda a extensão de sua condição miserável: é nela que ele pensa enquanto desce. A lucidez que devia produzir o seu tormento consome, com a mesma força, sua vitória. Não existe destino que não se supere pelo desprezo.
Se a descida, assim, em certos dias se faz para a dor, ela também pode se fazer para a alegria. Esta palavra não está demais. Imagino ainda Sísifo indo outra vez para seu rochedo, e a dor estava no começo. Quando as imagens da terra se mantêm muito intensas na lembrança, quando o apelo da felicidade se faz demasiadamente pesado, acontece que a tristeza se impõe ao coração humano: é a vitória do rochedo, é o próprio rochedo. O enorme desgosto é pesado demais para carregar. São nossas noites de Getsêmani. Mas as verdades esmagadoras perecem ao serem reconhecidas. Assim, Édipo de início obedece ao destino sem o saber. A partir do momento em que ele sabe, sua tragédia principia. Mas no mesmo instante, cego e desesperado, reconhece que o único laço que o prende ao mundo é ó frescor da mão de uma garota. Uma fala descomedida ressoa então: "Apesar de tantas experiências, minha idade avançada e a grandeza da minha alma me fazem achar é que tudo está bem”. O Édipo de Sófocles, como o Kirílov de Dostoiévski, dá assim a fórmula da vitória absurda. A sabedoria antiga torna a se encontrar com o heroísmo moderno.
Não se descobre o absurdo sem ser tentado a escrever algum manual de felicidade. "Mas como, com umas trilhas tão estreitas?" No entanto, só existe um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Ocorre do mesmo modo o sentimento do absurdo nascer da felicidade. "Acho que tudo está bem", diz Édipo, e essa fala é sagrada. Ela ressoa no universo feroz e limitado do homem. Ensina que tudo não é e não foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele havia entrado com a insatisfação e o gosto pelas dores inúteis. Faz do destino um assunto do homem e que deve ser acertado entre os homens.
Toda a alegria silenciosa de Sísifo está aí. Seu destino lhe pertence. Seu rochedo é sua questão. Da mesma forma o homem absurdo, quando contempla o seu tormento, faz calar todos os ídolos. No universo subitamente restituído ao seu silêncio, elevam-se as mil pequenas vozes maravilhadas da terra. Apelos inconscientes e secretos, convites de todos os rostos, são o reverso necessário e o preço da vitória. Não existe sol sem sombra, e é preciso conhecer a noite. O homem absurdo diz sim e seu esforço não acaba mais. Se há um destino pessoal, não há nenhuma destinação superior ou, pelo menos, só existe uma, que ele julga fatal e desprezível. No mais, ele se tem como senhor de seus dias. Nesse instante sutil em que o homem se volta sobre sua vida, Sísifo, vindo de novo para seu rochedo, contempla essa seqüência de atos sem nexo que se torna seu destino, criado por ele, unificado sob o olhar de sua memória e em breve selado por sua morte. Assim, convencido da origem toda humana de tudo o que é humano, cego que quer ver e que sabe que a noite não tem fim, ele está sempre caminhando. O rochedo continua a rolar.
Deixo Sísifo no sopé da montanha! Sempre se reencontra seu fardo. Mas Sísifo ensina a fidelidade superior que nega os deuses e levanta os rochedos. Ele também acha que tudo está bem. Esse universo doravante sem senhor não lhe parece nem estéril nem fútil. Cada um dos grãos dessa pedra, cada clarão mineral dessa montanha cheia de noite, só para ele forma um mundo. A própria luta em direção aos cimos é suficiente para preencher um coração humano. É preciso imaginar Sísifo feliz.
( Albert Camus em 'O Mito de Sísifo')
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
«Ser» é um aventura pessoal e solitária ...
( Nietzsche )
Máximo de Tédio no Máximo de Civilização ...
( Eça de Queirós, em 'Civilização' )
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Para os cientistas que construíram o acelerador de partículas LHC ...
Para os primeiros : «Deus é um desespero que começa onde todos os outros acabam.»; para os segundos : «Objeção contra a ciência: este mundo não vale a pena ser conhecido.» ( Emil Cioran )
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Emil Cioran ( Overdose ) ...
...
Conhecer a nós mesmos é identificar o motivo sórdido de nossos gestos, o inconfessável inscrito em nossa substância, a soma de misérias patentes ou clandestinas das quais depende nossa eficácia. Tudo o que emana das zonas inferiores de nossa natureza está investido de força, tudo o que vem de baixo estimula: produzimos e rendemos mais por inveja e rapacidade do que por nobreza e desinteresse.
...
Desconfiemos dos que aderem a uma filosofia tranqüilizadora, dos que crêem no Bem e o erigem em ídolo; não teriam chegado a isso se, debruçados honestamente sobre si mesmos, tivessem sondado suas profundezas ou seus miasmas; mas aqueles poucos que tiveram a indiscrição ou a infelicidade de mergulhar até as profundidades de seu eu, conhecem bem o que é o homem: não poderão mais amá-lo, pois não amam mais a si próprios, embora continuem – e esse é seu castigo – mais apegados a seu eu do que antes...
( Emil Cioran )
sábado, 6 de setembro de 2008
Ainda sobre o apanhador no campo de centeio ...
Primeiro, concebendo a estória de Holden Caufield, um adolescente comum, angustiado e perdido nas suas dúvidas. Um garoto procurando respostas que ele mesmo sabe que não vai encontrar. "Para onde vão os patos que vivem num certo lago do Central Park quando tudo fica congelado no inverno?". Esta é uma das perguntas que ele faz a si mesmo e aos outros. Uma pergunta boba, ingênua e sem sentido, mas que ganha proporções colossais se for entendida como : "Para onde podemos ir quando o inverno se instala em nós ? Para onde ir quando a nossa vida parece se congelar ? Existirá um lugar longe do grande mar congelado do qual Kafka nos falou onde podemos nos refugiar ?".
A Segunda sacada de Salinger: ele criou um título fantástico para sua obra. Um título genial para uma obra igualmente genial e que é explicada ao leitor numa conversa do protagonista com a sua irmãzinha Phoebe. Aquele que tiver um mínimo de sensibilidade e ler este livro sempre se lembrará de Holden Caufield e do apanhador no campo de centeio.
Esse fragmento merece bis :
( ... )
- Você sabe o que eu quero ser quando crescer? - perguntei a ela. -Sabe o que eu queria ser? Se pudesse fazer a merda da escolha?
-O quê? Pára de dizer nome feio.
-Você conhece aquela cantiga: "Se alguém agarra alguém atravessando o campo de centeio"? Eu queria…
-A cantiga é "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio"! - ela disse. - É de um poema do Robert Burns.
-Eu sei que é de um poema do Robert Burns.
Mas ela tinha razão. É mesmo "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio". Mas eu não sabia direito.
-Pensei que era "Se alguém agarra alguém" - falei. - Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande - a não ser eu. Eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.
( ... )
( eu por eu mesmo )
Poucos compreenderiam ...
- A cantiga é "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio"! - ela disse. - É dum poema do Robert Burns.
- Eu sei que é dum poema do Robert Burns.
Mas ela tinha razão. É mesmo "Se alguém encontra alguém atravessando o campo de centeio". Mas eu não sabia direito.
- Pensei que era "Se alguém agarra alguém" - falei. - Seja lá como for, fico imaginando uma porção de garotinhos brincando de alguma coisa num baita campo de centeio e tudo. Milhares de garotinhos, e ninguém por perto - quer dizer, ninguém grande - a não ser eu. E eu fico na beirada de um precipício maluco. Sabe o quê que eu tenho de fazer? Tenho que agarrar todo mundo que vai cair no abismo. Quer dizer, se um deles começar a correr sem olhar onde está indo, eu tenho que aparecer de algum canto e agarrar o garoto. Só isso que eu ia fazer o dia todo. Ia ser só o apanhador no campo de centeio e tudo. Sei que é maluquice, mas é a única coisa que eu queria fazer. Sei que é maluquice.
( J.D. SALINGER - O Apanhador no Campo de Centeio )
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Quais livros merecem ser lidos ?
( Franz Kafka )
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
"Definitivamente, a velhice é a punição por ter vivido." ( Cioran )
- Macedo, eu tenho 83 anos e estou cheio de dores e problemas.Você deve ter mais ou menos a minha idade.Como é que você se sente?
- Como um recém-nascido.
- Como um recém-nascido?!
- Sim.
- Sem cabelo, sem dentes e acho que acabei de mijar nas calças.
( nem vou assinar )
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Enquanto isto, na floresta do alheamento ...
( Fernando Pessoa )
domingo, 31 de agosto de 2008
Nem precisa de título ...
( Emil Cioran )
Aquele que apela à espada deve morrer por ela ...
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Tem coisa que é tão bonita que a gente nem sabe o que fazer...
(J.D. Salinger, - O Apanhador no Campo de Centeio )
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Coisas que deviam começar a ensinar no Jardim da Infãncia ...
2. Não ser hipócrita. Aceitar a sinceridade alheia.
3. Não sonhar com uma vida depois da morte.
4. Aceitar que pouquíssimas coisas têm algum valor.
5. Não idolatrar o otimismo.
6. Aceitar que a vida se baseia em enganos.
7. O amor é o único engano que pode valer a pena.
( eu por eu mesmo )
domingo, 24 de agosto de 2008
O abraço ...
( eu por eu mesmo )
sábado, 23 de agosto de 2008
A questão fundamental da filosofia.
( Albert Camus em O Mito de Sísifo )
Pra quê Filosofia ?
Contudo, mesmo que não duvidemos seriamente da solidez dos princípios em que baseamos a nossa vida, podemos estar a empobrecê-la ao recusarmo-nos a usar a nossa capacidade de pensar.
(Nigel Warburton em Elementos básicos de Filosofia)
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
A função dos olhos ...
(Emil Cioran em Breviário de Decomposição)
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
Um dia acordarás
sem saber como foste para lá
e as vestes que acharás ao pé do leito
de tão estranhas te farão pasmar,
A janela abrirás, devagarinho:
Fará nevoeiro e tu nada verás…
Hás de tocar, a medo, a campainha
e, silenciosa, a porta se abrirá.
E um ser, que nunca viste, em um sorriso
triste, te abraçará com seu maior carinho
e há de dizer-te para teu assombro:
- Não te assustes de mim, que sofro a tanto!
Quero chorar - apenas - no teu ombro
e devorar teus olhos, meu amor…
( Mario Quintana )
domingo, 17 de agosto de 2008
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido...
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado
que ainda não passou,
é recusar um presente que
nos machuca, é não ver o futuro
que nos convida...
Saudade é sentir que existe
o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
"aquela que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos:
Não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido...
( Pablo Neruda )
sábado, 16 de agosto de 2008
Grandes Invenções ...
- Uma máquina de tele-transporte. Esta seria para ganhar dinheiro, pois ela não tem nenhuma outra utilidade.
- Uma máquina Tempo-Transportadora ( vulgo máquina do tempo ). Esta seria para a gente refazer algumas bobagens do nosso passado.
- Um programador de Sonhos. Já que a vida é um eterno engano, por que não programar e escolher estes enganos ?
- Um veneno ( lento, senão voce morre junto ) para matar as nossas maiores esperanças. Esta, pergunta pro Camus pra que serve !
( eu por eu mesmo )
For reasons unknown ...
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
O homem : um macaco que vai ao escritório ...
Minha missão ...
( Emil Cioran )
Numa sexta-feira qualquer ...
( eu por eu mesmo )
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
A grande tragédia do "amar" ...
Aquela que mais nos amará.
Duas pessoas que nunca se coincidirão em uma só e muitas vezes só a primeira conheceremos, por que só da primeira podemos ter a plena certeza da existência.
( eu por eu mesmo )
Tentar esquecer já é lembrar ...
( eu por eu mesmo)
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Metapensamento ...
( eu por eu mesmo )
Grande Oscar Wilde ...
Ah! Não me diga que concorda comigo! Quando as pessoas concordam comigo, tenho sempre a impressão de que estou errado.
Só as pessoas superficiais sabem do que são feitas.( Oscar Wilde )
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
domingo, 10 de agosto de 2008
Série : O que nos define ...
( eu por eu mesmo )
sábado, 9 de agosto de 2008
Série : Música Tema ...
And I won't waste a minute without you
My bones ache, my skin feels cold
And I'm getting so tired and so old
The anger swells in my guts
And I won't feel these slices and cuts
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes x4
Get up, get out, get away from these liars
Cos they don't get your soul or your fire
Take my hand, knot your fingers through mine
And we'll walk from this dark room for the last time
Every minute from this minute now
We can do what we like anywhere
I want so much to open your eyes
Cos I need you to look into mine
Tell me that you'll open your eyes x8
All this feels strange and untrue
And I won't waste a minute without you
( Snow Patrol - Open Your Eyes )
Série : Música Tema ...
She feels that my sentimental side
Should be held with kids gloves
But she doesn't know
That I left my urge in the icebox.
...
( Interpol - Leif Erikson )
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
O que é caráter ?
( eu por eu mesmo )
A íntima essência ...
( Emil Cioran )
terça-feira, 5 de agosto de 2008
A Ameaça Fantasma ...
( eu por eu mesmo )
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Poucas coisas têm valor ...
( eu por eu mesmo )
sábado, 2 de agosto de 2008
Convicções ...
( eu por eu mesmo )
quinta-feira, 31 de julho de 2008
XXXII Convenção dos corações partidos ...( 5 minutos depois ... )
Como o número de participantes excedeu as expectativas, o encontro teve o seu local alterado : será no estádio do Maracanã.
( eu por quase eu mesmo )
terça-feira, 29 de julho de 2008
O amor é uma companhia.
O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
( Alberto Caeiro )
Segue o teu destino ...
sábado, 26 de julho de 2008
A nossa moeda ...
( eu por eu mesmo )
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Por que até o rei, se pensar, será infeliz ...
Nada é mais insuportável para o homem do que ficar em descanso absoluto, sem paixões, sem nada para fazer, sem divertimento, sem uma ocupação.É então que ele percebe a sua nulidade, o seu abandono, a sua insuficiência, a sua dependência, a sua impotência, o seu vazio. Logo brotarão do fundo de sua alma o tédio, a melancolia, a tristeza, a aflição, o ressentimento, o desespero. A infelicidade dos homens deriva de uma única coisa, que é não conseguirem ficar sossegados em um quarto.
De todas as condições que se imagine, juntando todos os bens que se possa reunir, a condição de rei é a melhor do mundo, imaginando-se, portanto, um rei cercado de todos os prazeres de que pode desfrutar. Se, porém, o imaginarmos privado de distrações, enquanto reflete e avalia sua existência, felicidade e prazeres não lhe valerão mais, e ele fatalmente sucumbirá diante das ameaças que vê, das revoltas que podem ocorrer e, finalmente, da morte e das doenças que são inevitáveis. E assim, privado do que se denomina distração, eis que está infeliz, mais infeliz ainda que o último dos seus súditos que joga e pode distrair-se.
Isto explica porque o jogo e a busca da companhia feminina, a guerra e os altos cargos são objetivos tão almejados. Não porque encerrem em si a felicidade. O que buscamos não é a suavidade e placidez desta posse, que nos deixa pensar na infelicidade da nossa condição; nem os perigos da guerra, nem as preocupações dos cargos, mas o estrépito que nos impede de pensar a respeito e nos distrai. Motivo pelo qual amamos mais o ato de caçar do que a presa em si. Aquela lebre não nos impediria a visão da morte e das misérias, mas a caça, que nos distrai delas, pode faze-lo. Todas as atividades mundanas mesmo as mais honradas nascem de uma fuga dos problemas existenciais. O rei está cercado de pessoas que só pensam em fazer com que se divirta e em impedi-lo de pensar em si mesmo. Por que mesmo sendo rei, se pensar, será infeliz. Isso é tudo que os homens puderam inventar para ser felizes.
O modo de enganar a si mesmo é postegar para um eterno futuro o momento da serenidade, para então se dedicar à reflexão sobre a inevitabilidade da morte.
E assim transcorre a vida. Busca-se o descanso enfrentando uma série de obstáculos; e, superados estes, o descanso torna-se insuportável porque nos faz pensar nas misérias presentes ou naquelas que nos ameaçam. E mesmo se nos sentíssemos protegidos o bastante por todos os lados, o tédio, com a sua costumeira autoridade, não deixaria de se soltar do fundo do coração, onde, naturalmente se enraizou, e de encher o espírito com o seu veneno.
( Blaise Pascal)
terça-feira, 22 de julho de 2008
Pessoando ...
( eu por eu mesmo )
sábado, 19 de julho de 2008
Preciso que alguém ressuscite ...
Matei todos os outros e quem eu amo não me ama.
( eu por quase eu mesmo )
quinta-feira, 17 de julho de 2008
1985 ...
Minha alma ficou amarrada a um poste.
Esperando alguém que nunca voltou ...
( eu por eu mesmo )
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Procura-se ... ( I )
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
...
( Fernando Pessoa - Poema em linha reta )
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Duas coisas ...
( eu por eu mesmo )
domingo, 13 de julho de 2008
Take away the pain ...
My Uncle Jonny did cocaine.
He's convinced himself right in his brain
That it helps to take away the pain.
( The Killers )
sexta-feira, 11 de julho de 2008
Kafka ...
Cada um caminha de encontro à sua floresta ...
No meio de minha vida,
Me vi no interior de uma floresta escura, densa e fria ...
Havia tomado o caminho errado ...
( Dante Alighieri em 'A divina Comédia' )
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Caminho errado ...
A humanidade poderia ter permanecido na estagnação e prolongado sua duração se fosse composta apenas por brutos e céticos; mas, sequiosa de eficácia, promoveu essa multidão ofegante e positiva, condenada à ruína por excesso de trabalho e curiosidade.
( Emil Cioran )
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Na borda do Abismo
Na borda do abismo.
Eu olho o abismo.
O abismo me olha.
Eu não o compreendo.
Nem ele a mim.
E agora ?
Só me resta escrever ...
E sentir ...