terça-feira, 29 de junho de 2010

Sem a música a vida seria um erro ( maior ) ...

http://www.youtube.com/watch?v=QcuUIznpKuc

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A Influência das Ilusões nas Nossas Vidas

Traçar o papel das ilusões na gênese das opiniões e das crenças seria refazer a história da humanidade. Da infância à morte, a ilusão envolve-nos. Só vivemos por ela e só a ela desejamos. Ilusões do amor, do ódio, da ambição, da glória, todas essas várias formas de uma felicidade incessantemente esperada, mantêm a nossa atividade. Elas iludem-nos sobre os nossos sentimentos e sobre os sentimentos alheios, velando-nos a dureza do destino. As ilusões intelectuais são relativamente raras; as ilusões afetivas são quotidianas. Crescem sempre porque persistimos em querer interpretar racionalmente sentimentos muitas vezes ainda envoltos nas trevas do inconsciente. A ilusão afetiva persuade, por vezes, que entes e coisas nos aprazem, quando, na realidade, nos são indiferentes. Faz também acreditar na perpetuidade de sentimentos que a evolução da nossa personalidade condena a desaparecer com a maior brevidade.
Todas essas ilusões fazem viver e aformoseiam a estrada que nos conduz ao eterno e inevitável abismo. Não lamentemos que tão raramente sejam submetidas à análise da razão. A razão só consegue dissolvê-las paralisando, ao mesmo tempo, importantes móbeis de ação. Para agir, cumpre não saber demasiado. A vida é repleta de ilusões necessárias. Os motivos para não querer multiplicam-se com as discussões das coisas do querer. Flutua-se então na incoerência e na hesitação. «Tudo ver e tudo compreender», escrevia Madame de Stael, «é uma grande razão de incerteza». Uma inteligência que possuísse o poder atribuído aos deuses de abranger, num golpe de vista, o presente e o futuro, a nada mais se interessaria e os seus móbeis de ação ficariam paralisados para sempre. Assim considerada, a ilusão aparece como o verdadeiro sustentáculo da existência dos indivíduos e dos povos, o único com o qual se possa sempre contar. Os livros de filosofia esquecem-no por vezes.

(Gustave Le Bon, em 'As Opiniões e as Crenças' )

sábado, 26 de junho de 2010

About love ( II )

E por outra parte, quem teria uma ilusão tão firme para encontrar em outro o que procurou de modo vão em si mesmo? «Um espasmo das entranhas nos dará o que o universo inteiro não soube oferecer-nos?»

( Emil Cioran )

domingo, 20 de junho de 2010

Ao vivo é muito pior ...

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Não me peça que eu lhe faça
Uma canção como se deve
Correta, branca, suave
Muito limpa, muito leve
Sons, palavras, são navalhas
E eu não posso cantar como convém
Sem querer ferir ninguém...

Mas não se preocupe meu amigo
Com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção
A vida realmente é diferente
Quer dizer!
A vida é muito pior...

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( Belchior )

sábado, 19 de junho de 2010

Sobre as verdades da vida ...

  • Um pessimista é um homem que diz a verdade prematuramente.
  • As verdades consoladoras devem ser demonstradas duas vezes.
  • É raro que estejamos completamente inocentes dos nossos sofrimentos.
  • Como é preciso gostar de alguém para preferi-lo à sua ausência!
  • A vida desaloja-nos aos poucos de todos os lugares.
( Jean Rostand )

About love ...

Aqueles que falam das alegrias do amor, por certo, nunca amaram. Amar um ser é senti-lo necessário, portanto, sentirmo-nos nós próprios numa incessante precariedade.

( Jean Rostand )

domingo, 13 de junho de 2010

Toda compreensão é triste ...

Aquele que depois de ter compreendido não se sentiu um pouco mais triste não compreendeu nada.

( Inspiração ciorânica )