terça-feira, 26 de abril de 2011

Da série : «Grandes Perguntas» ...

«E se a existência for para nós um exílio e o Nada uma pátria?»

(Emil Cioran)

domingo, 24 de abril de 2011

Sabedoria é, acima de tudo, desejo de emancipação ...

"A esfera da consciência reduz-se na ação; por isso ninguém que aja pode aspirar ao universal, porque agir é agarrar-se às propriedades do ser em detrimento do Ser, a uma forma de realidade em prejuízo da Realidade. O grau da nossa emancipação mede-se pela quantidade das iniciativas de que nos libertamos, bem como pela nossa capacidade de converter em não-objeto todo o objeto."

(Emil Cioran)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Esperança, persistência e falta de informação ...

"Se Noé tivesse recebido o dom de ler o futuro, não há dúvida de que ele mesmo teria afundado a arca!"

(Emil Cioran)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

1º de Abril ... Todo dia é dia da mentira ...

Aceito a vida por cortesia: a revolta perpétua é de tão mau gosto como o sublime do suicídio. Aos vinte anos se rompe em impropérios contra os céus e a imundície que está sob ele... depois se cansa. A pose trágica só corresponde à puberdade prolongada e ridícula; mas são necessárias mil provas para alcançar o histrionismo do desapego. Quem - emancipado de todos os princípios de costume - não dispusesse de nenhum dom de comediante, seria o arquétipo do infortúnio, o ser idealmente desgraçado. É inútil construir tal modelo de franqueza: a vida só é tolerável pelo grau de mistificação que se põe nela. Tal modelo seria a ruína da sociedade, pois a "doçura" de viver em comum reside na impossibilidade de dar livre curso ao infinito de nossos pensamentos ocultos. É porque somos todos impostores que nos suportamos uns aos outros. Quem não aceitasse mentir veria a terra fugir sob seus pés: estamos biologicamente obrigados ao falso. Não há herói moral que não seja ou pueril, ou ineficaz, ou inautêntico; pois a verdadeira autenticidade é o aviltamento na fraude, no decoro da adulação pública e da difamação secreta. Se nossos semelhantes pudessem constatar nossas opiniões sobre eles, o amor, a amizade, o devotamento seriam riscados para sempre dos dicionários; e se tivéssemos a coragem de olhar cara a cara as dúvidas que concebemos timidamente sobre nós mesmos, nenhum de nós proferiria um "eu" sem envergonhar-se. A dissimulação arrasta tudo o que vive, desde o troglodita até o cético. Como só o respeito das aparências nos separa dos cadáveres, precisar o fundo das coisas e dos seres é perecer. Conformemo-nos a um nada mais agradável: nossa constituição só tolera uma certa dose de verdade...

( Emil Cioran )