sábado, 29 de outubro de 2011

«Ser» ...

Um projeto fadado ao fracasso.

(eu por eu mesmo)

Sobre a insignificância da vida dos homens ...

É realmente inacreditável como a existência da maioria dos homens é insignificante e fútil, quando vista externamente, e quão apática e sem sentido pode parecer interiormente. As quatro idades da vida que levam à morte são feitas de ânsia e martírio extenuados, além de uma vertigem ilusória, acompanhada por uma série de pensamentos triviais. Assemelham-se ao mecanismo de um relógio, que é colocado em movimento e gira, sem saber por quê. E toda a vez que um homem é gerado e nasce, dá-se novamente corda ao relógio da vida humana, para então repetir a mesma cantilena pela enésima vez, frase por frase, compasso por compasso, com variações insignificantes.

(Arthur Schopenhauer)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A grande síntese ...

«No final - ou mesmo antes - tudo se reduz a nada.»

(eu por eu mesmo)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Ser ou não ser: eis a questão ...

"Não há meio de se provar que é preferível ser do que não ser."

( Emil Cioran )

domingo, 23 de outubro de 2011

A felicidade está no futuro, ou no passado ... não no presente ...

A vida é uma constante mentira, quer nas coisas pequenas como nas grandes. Quando nos faz uma promessa, não a cumpre, a não ser para mostrar-nos que era pouco desejável o nosso desejo. Da mesma maneira nos engana a esperança quando não se realiza o que esperávamos. E se a vida cumpre o que nos prometeu, é só para nos tornar a tirar. A beleza do paraíso, que à distância admiramos, desaparece logo que nos deixamos seduzir. A felicidade está no futuro, ou no passado; o presente é uma pequena nuvem escura que o vento impele sôbre a planície cheia de sol. Diante e atrás dela, tudo é luminoso; só a nuvem é que projeta uma sombra.

( Arthur Schopenhauer )

Civilização Construída ao Acaso ...

A civilização moderna encontra-se em má posição porque ela não nos convém. Foi construída sem conhecimento da nossa verdadeira natureza. Sua construção deve-se ao capricho das descobertas científicas, do apetite dos homens, das suas ilusões, das suas teorias e dos seus desejos. Apesar de ter sido edificada por nós, ela não foi feita à nossa medida. Na verdade, é evidente que a ciência não seguiu nenhum plano. Desenvolveu-se ao acaso, com o nascimento de alguns homens de gênio, a forma do seu espírito e o caminho que tomou a sua curiosidade. Não se inspirou de modo nenhum no desejo de melhorar o estado dos seres humanos. As descobertas produziram-se ao sabor da intuição dos cientistas e das circunstâncias mais ou menos fortuitas das suas carreiras.
Se Galileu, Newton ou Lavoisier tivessem aplicado os poderes do seu espírito ao estudo do corpo e da consciência, talvez o nosso mundo fosse diferente do que é hoje. Os cientistas ignoram para onde vão. São guiados pelo acaso, por raciocínios sutis, por uma espécie de clarividência. Cada um deles é um mundo à parte, governado pelas suas próprias leis. De tempos em tempos, certas coisas, obscuras para os outros, tornam-se claras para eles. Em geral, as descobertas são feitas sem nenhuma revisão das consequências. Mas a forma da nossa civilização resultou dessas consequências.

(Alexis Carrel em 'O Homem esse Desconhecido')

terça-feira, 18 de outubro de 2011

domingo, 16 de outubro de 2011

Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria.

Há momentos em que tudo cansa, até o que nos repousaria. O que nos cansa porque nos cansa; o que nos repousaria porque a ideia de o obter nos cansa. [...] Viver parece-me um erro metafísico da matéria, um descuido da inação. [...] Tenho mais sono íntimo do que cabe em mim. E não quero nada, não prefiro nada, não há nada a que fugir.

( Fernando Pessoa )

Pensar é hesitar ...

Só quem nunca pensou chegou alguma vez a uma conclusão. Pensar é hesitar. Os homens de ação nunca pensam.

(Fernando Pessoa)

Os ricos são os ateus do alfaiate. Porque até o rei se pensar será infeliz...

«Tenho dó dos pobres. E também tenho dó dos ricos. Tenho mais dó dos ricos porque são mais infelizes. Quem é pobre pode julgar que, se deixasse de o ser, seria feliz. Quem é rico sabe que não há maneira de ser feliz. Quem é pobre tem uma só preocupação, ou uma só preocupação principal: a pobreza. Quem é rico, como, infelizmente, não tem essa, tem que ter todas as outras. Nunca vi homem rico mais feliz que um pobre; a não ser que por felicidade se entenda aquilo que se pode comprar no alfaiate e no ourives, e comer-se num restaurante (...). Os pobres são felizes: têm uma ilusão - crêem que o alfaiate, o ourives, o dono do restaurante caro são os dispensadores de felicidade. Crêem nisso. Os ricos são os ateus do alfaiate.»


( Fernando Pessoa )

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sem a mentira seríamos obrigados a enfrentar os nossos limites ...

A verdade é contrária à nossa natureza, o erro não, e isso por uma razão muito simples: a verdade exige o reconhecimento de nossas próprias limitações, o erro nos dá a ilusão de que, de um jeito ou de outro, somos ilimitados.


( Goethe )

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sucesso e mediocridade ... Esta verdade não se limita aos livros ... Parece ser bem mais geral ...

«Muitos livros devem o seu sucesso à afinidade entre a mediocridade das idéias do escritor e as do público».

( Sébastien-Roch Chamfort )

domingo, 9 de outubro de 2011

Haveria mais justiça no mundo se ...

1) O touro sempre matasse o toureiro;
2) Houvesse salário mínimo ... e também máximo;
3) No dicionário, "mercado de ações" significasse "reunião de larápios";
4) Agíssemos menos - tanto para o bem quanto para o mal;
5) Cultivássemos mais o silêncio e a solidão.

(eu por eu mesmo)

sábado, 8 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs, o mais novo habitante do Nada ...

A morte é a grande niveladora dos homens e das coisas. Embora todos insistam em viver como imortais, a grande roda do tempo esmaga a tudo e a todos. Nada como a morte para recolocar as coisas em seus devidos lugares ...

( eu por eu mesmo )

Enquanto isto no planeta dos macacos ...

A farsa - desculpem, a vida - continua ...

( eu por eu mesmo )

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Fazer filosofia é refletir sobre a miséria do ser ... As outras não passam de distrações do espírito ...

Apartei-me da filosofia no momento em que se fez impossível descobrir em Kant qualquer debilidade humana, qualquer acento de verdadeira tristeza; nem em Kant nem em nenhum dos demais filósofos.

( Adeus à filosofia - Emil Cioran )