sexta-feira, 22 de março de 2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

O capitalismo é parasitário ...

Assim como todos os organismos chamados de parasitas, o capitalismo tem a tendência de se alimentar de seu hospedeiro até a exaustão. Depois, passa para a próxima terra virgem, onde recomeça o processo: no primeiro momento, o novo espaço recebe enormes investimentos, que geram rentabilidade. Depois, seguindo a chamada lei dos rendimentos decrescentes, o retorno vai diminuindo e exige um novo aporte de capital. Como este novo gasto não traz lucro, entram em ação outras forças para dar suporte financeiro, em geral poderes políticos que recorrem à coerção dos impostos. Esta medida apenas adia o colapso, até que uma nova terra virgem seja encontrada. E assim o capitalismo caminha, em uma sucessão de crises e breves períodos de prosperidade.
A mais recente crise financeira é um exemplo clássico desse processo. Há cerca de 50 anos, um vasto território foi descoberto e explorado por uma combinação de duas estratégias: a criação do impulso de comprar objetos que não são necessários e o deslocamento do lucro, que sai da produção e passa para o consumo dos bens. Assim, o consumidor passou a ser a fonte principal da lucratividade. Ele agora é mais importante como comprador do que como trabalhador.
Historicamente, os governos lutam para preservar o capitalismo das consequências de sua própria lógica. Na antiga sociedade dos produtores, onde os lucros eram gerados nos assoalhos da fábrica, os capitalistas tinham recursos para comprar a mão de obra. Hoje, em nossa sociedade de consumidores, a exigência é que sejam os consumidores os responsáveis por pagar o preço dos produtos, e com isso prever o fluxo de lucros.
Sou um sociólogo, não um profeta. O que eu posso dizer é o seguinte: primeiro, a economia baseada no crescimento do consumo tem limites demarcados pela resistência do planeta e de seus recursos (se o consumo da humanidade alcançar os níveis dos Estados Unidos, precisaríamos de cinco planetas). Segundo, o capitalismo permanece como um sistema mestre não só da arte de espremer as terras virgens até a última gota, mas também na arte de substituir o que já foi usado por novidades. Assim, a única previsão que ouso sugerir é que encontraremos pela frente uma crise levando a outra, podendo gerar a catástrofe do planeta ou até de nós mesmos. Ou então isso pode ser mudado pela nossa recusa de participar do jogo pelas regras atuais.

( Zygmunt Bauman )

quinta-feira, 14 de março de 2013

O pessoal anda abusando do uso das drogas ...

"Brasil é o melhor dos mundos existentes, diz sociólogo Domenico De Masi."

( Depois do Bono Vox, agora esse ... O que está acontecendo ?)

quinta-feira, 7 de março de 2013

Ennui ...

Tédio: oportunidade de nos confrontarmos como nossa miséria interior ... Por isto, os homens estão em permanente fuga deste estado. Por isto os homens fazem arte, guerra, jogam e escrevem tratados de filosofia.

(eu por eu mesmo - com a ajuda do grande Pascal)

terça-feira, 5 de março de 2013

Meme ( Ou, das objetivações da miséria ) ...

"Um meme é uma idéia, comportamento ou estilo que se espalha de pessoa para pessoa dentro de uma cultura. Ele atua como uma unidade de transporte  cultural de idéias, símbolos ou práticas, que podem ser transmitidos de uma mente para outra através de escrita, fala, gestos, rituais ou outros fenômenos imitáveis."

Aquele que criou tal conceito esqueceu de mencionar o principal nisto tudo, ou seja, o que torna possível o meme: a miséria humana (que abrange bem mais que a sua simples miséria material). A miséria é condição de possibilidade para toda realização humana.

( eu por eu mesmo )

segunda-feira, 4 de março de 2013

Nem Freud explica ...

Para a mulher o homem é simplesmente um meio: o fim é sempre o filho. Mas o que é a mulher para o homem?

(Nietzsche)