sábado, 9 de junho de 2012

Memento mori ...

O cadáver que se endominga já não se reconhece e, imaginando a eternidade, apropria-se da ilusão. A carne cobre o esqueleto, a roupa cobre a carne; subterfúgios da natureza e do homem, trapaças instintivas e convencionais; um senhor não pode estar cheio de lama nem de poeira... Dignidade, honorabilidade, decência – tantas fugas ante o irremediável. E quando você coloca chapéu, quem diria que residiu em entranhas ou que os vermes se banquetearão com sua gordura?

( Emil Cioran )

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