domingo, 5 de junho de 2011

Deus não ama os homens ...

Outra limitação do Deus aristotélico consiste em que ele é objeto de amor, mas não ama (ou, no máximo, só ama a si mesmo). Os indivíduos, enquanto tais, não são objeto do amor divino: Deus não se volta para os homens e muito menos para o homem individual. Cada um dos homens, como cada coisa, tende de vários modos para Deus, mas Deus, como não pode conhecer, também não pode amar nenhum dos homens individuais.
Em outros termos: Deus só é amado e não, também, amante; ele é objeto e não também sujeito de amor. Para Aristóteles, assim como para Platão, é impensável que Deus ame alguma coisa (qualquer coisa além de si), dado que amor é sempre tendência a possuir algo do qual se é privado, e Deus não é privado de nada. Ademais, Deus não pode amar, porque é inteligência pura e, segundo Aristóteles, a inteligência pura é impassível e, como tal, não ama.

(Giovanni Reale)

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