quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sim ... é cansaço ...

Estou cansado.
Mas não trata-se um cansaço vulgar, daqueles que nos tomam no fim de todos os dias. Não é daquele tipo de cansaço que toma a maioria dos miséraveis que entregam suas horas de vigília inúteis por um punhado de moedas sem valor no fim do mês. Não é daqueles cansaços que depois de uma noite de sono são jogados no baú do esquecimento. Não é daqueles cansaços que uma mísera migalha de esperança os espanta. Sinto que se dormisse até o fim dos tempos e depois acordasse ainda se veria cansado. Sinto como que tivesse visitado uma a uma as sementes da vida e depois de abri-las todas, tivesse verificado que continham apenas enganos - nenhuma seria capaz de florescer. É um cansaço metafísico, tingido de espanto e de amargura. É o cansaço daquele que escrutinou todos os mecanismos da vida e ganhou em troca a tristeza da compreensão. É o cansaço daquele que também compreendeu demasiadamente bem a natureza humana e viu que há ali apenas engano, mentira, hipocrisia e vazio - muito vazio. Sim estou cansado ...
Mas talvez seja apenas cansaço ...


(eu por eu mesmo)

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